2-TERMOS ESSENCIAIS DA
ORAÇÃO
Sujeito e Predicado
Para que a oração tenha significado,
são necessários alguns termos básicos: os termos essenciais. A oração possui
dois termos essenciais, o sujeito e o predicado.
Sujeito: termo sobre o qual o
restante da oração diz algo.
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Por Exemplo:
As praias
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estão cada vez mais poluídas.
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Sujeito
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Predicado: termo que contém o
verbo e informa algo sobre o sujeito.
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Por Exemplo:
As praias
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estão cada vez mais poluídas.
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Predicado
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Posição do Sujeito na Oração
Dependendo da posição de seus termos, a
oração pode estar:
Na Ordem Direta: o sujeito aparece antes do predicado.
Por Exemplo:
As crianças
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brincavam despreocupadas.
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Sujeito
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Predicado
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Na Ordem Inversa: o sujeito aparece depois do predicado.
Brincavam despreocupadas
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as crianças.
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Predicado
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Sujeito
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Sujeito no Meio do Predicado:
Despreocupadas,
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as crianças
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brincavam.
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Predicado
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Sujeito
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Predicado
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Classificação do
Sujeito
O sujeito das orações da língua
portuguesa pode ser determinado ou indeterminado. Existem ainda as orações
sem sujeito.
1 - Sujeito Determinado: é aquele que se pode identificar com precisão a
partir da concordância verbal. Pode ser:
a) Simples
Apresenta apenas um núcleo ligado
diretamente ao verbo.
Por Exemplo:
A rua estava deserta.
Observação: não se deve confundir
sujeito simples com a noção de singular. Diz-se que o sujeito é simples quando
o verbo da oração se refere a apenas um elemento, seja ele um substantivo
(singular ou plural), um pronome, um numeral ou uma oração subjetiva.
Por Exemplo:
Os meninos estão gripados.
Todos cantaram durante o passeio.
b) Composto
Apresenta dois ou mais núcleos ligados
diretamente ao verbo.
Tênis e natação são
ótimos exercícios físicos.
c) Implícito (Oculto)
Ocorre quando o sujeito não está
explicitamente representado na oração, mas pode ser identificado.
Por Exemplo:
Dispensamos todos os funcionários.
Nessa oração, o sujeito
é implícito e determinado, pois está indicado pela desinência
verbal -mos.
2 - Sujeito Indeterminado: é aquele que,
embora existindo, não se pode determinar nem pelo contexto, nem pela terminação
do verbo. Na língua portuguesa, há três maneiras diferentes de indeterminar o
sujeito de uma oração:
a) Com verbo na 3ª pessoa do plural:
O verbo é colocado na terceira pessoa
do plural, sem que se refira a nenhum termo identificado anteriormente (nem em
outra oração):
Por Exemplo:
Procuraram você por todos os lugares.
Estão pedindo seu documento na entrada da festa.
b) Com verbo ativo na 3ª
pessoa do singular, seguido do pronome se:
O verbo vem acompanhado do
pronome se, que atua como índice de indeterminação do
sujeito. Essa construção ocorre com verbos que não apresentam complemento
direto (verbos intransitivos, transitivos indiretos e de ligação). O verbo
obrigatoriamente fica na terceira pessoa do singular.
Exemplos:
Vive-se melhor no campo. (Verbo Intransitivo)
Precisa-se de técnicos em informática. (Verbo Transitivo
Indireto)
No casamento, sempre se fica nervoso. (Verbo de
Ligação)
c) Com o verbo no
infinitivo impessoal:
Por Exemplo:
Era penoso estudar todo
aquele conteúdo.
É triste assistir a estas cenas tão trágicas.
Obs.: quando o verbo está na 3ª
pessoa do plural, fazendo referência a elementos explícitos em orações
anteriores ou posteriores, o sujeito é determinado.
Por Exemplo:
Felipe e Marcos foram à
feira. Compraram muitas verduras.
Nesse caso, o sujeito
de compraram é eles (Felipe e Marcos). Ocorre sujeito
oculto.
3 - Oração Sem Sujeito: é
formada apenas pelo predicado e articula-se a partir de um verbo
impessoal. Observe a estrutura destas orações:
Sujeito
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Predicado
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-
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Havia formigas na casa.
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-
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Nevou muito este ano em Nova Iorque.
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É possível constatar que
essas orações não têm sujeito. Constituem a enunciação pura e absoluta de um
fato, através do predicado. O conteúdo verbal não é atribuído a nenhum ser, a
mensagem centra-se no processo verbal. Os casos mais comuns de
orações sem sujeito da língua portuguesa ocorrem com:
a) Verbos que exprimem fenômenos da
natureza:
Nevar, chover, ventar, gear, trovejar,
relampejar, amanhecer, anoitecer, etc.
Por Exemplo:
Choveu muito no inverno passado.
Amanheceu antes do horário previsto.
Observação: quando usados na
forma figurada, esses verbos podem ter sujeito determinado.
Por Exemplo:
Choviam crianças na distribuição
de brindes. (crianças=sujeito)
Já amanheci cansado. (eu=sujeito)
b) Verbos ser, estar, fazer e haver, quando
usados para indicar uma ideia de tempo ou fenômenos
meteorológicos:
Ser:
É noite. (Período do dia)
Eram duas horas da manhã. (Hora)
Obs.: ao indicar tempo,
o verbo ser varia de acordo com a expressão numérica que o acompanha.
(É uma hora/ São nove horas)
Hoje é (ou são) 15 de
março. (Data)
Obs.: ao indicar data, o
verbo ser poderá ficar no singular, subentendendo-se a palavra dia,
ou então irá para o plural, concordando com o número de dias.
Estar:
Está tarde. (Tempo)
Está muito quente.(Temperatura)
Fazer:
Faz dois
anos que não vejo meu pai. (Tempo decorrido)
Fez 39° C ontem. (Temperatura)
Haver:
Não a vejo há anos.
(Tempo decorrido)
Havia muitos alunos naquela aula. (Verbo Haver significando existir)
Atenção:
Com exceção do verbo ser, os verbos impessoais devem ser
usados SEMPRE NA TERCEIRA PESSOA DO SINGULAR. Devemos ter cuidado com os
verbos fazer e haver usados impessoalmente: não é possível
usá-los no plural.
Por Exemplo:
Faz muitos anos que
nos conhecemos.
Deve fazer dias quentes na Bahia.
Veja outros exemplos:
Há muitas pessoas
interessadas na reunião.
Houve muitas pessoas interessadas na reunião.
Havia muitas pessoas interessadas na reunião.
Haverá muitas pessoas interessadas na reunião.
Deve ter havido muitas pessoas interessadas na reunião.
Pode ter havido muitas pessoas interessadas na reunião.
Predicado
Predicado é aquilo que se declara a respeito do sujeito. Nele é obrigatória a
presença de um verbo ou locução verbal. Quando se identifica o sujeito de uma
oração, identifica-se também o predicado. Em termos, tudo o que difere do
sujeito (e do vocativo, quando ocorrer) numa oração é o seu predicado. Veja
alguns exemplos:
As mulheres
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compraram roupas novas.
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Predicado
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Durante o ano,
|
muitos alunos
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desistem do curso.
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Predicado
|
|
Predicado
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A natureza
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é bela.
|
|
Predicado
|
Classificação do
Predicado
Para
o estudo do predicado, é necessário verificar se seu núcleo significativo está
num nome ou num verbo. Além disso, devemos considerar se as
palavras que formam o predicado referem-se apenas ao verbo ou também ao sujeito
da oração. Veja o exemplo abaixo:
Os animais
|
necessitam de cuidados especiais
|
Sujeito
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Predicado
|
O
predicado, apesar de ser formado por muitas palavras, apresenta apenas uma que
se refere ao sujeito: necessitam. As demais palavras ligam-se direta ou
indiretamente ao verbo (necessitar é, no caso, de algo), que assume,
assim, o papel de núcleo significativo do predicado. Já em:
A natureza
|
é bela
|
Sujeito
|
Predicado
|
No
exemplo acima, o nome bela se refere, por intermédio do verbo, ao
sujeito da oração. O verbo agora atua como elemento de ligação entre sujeito e
a palavra a ele relacionada. O núcleo do predicado é bela. Veja o próximo
exemplo:
O dia
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amanheceu ensolarado
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Sujeito
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Predicado
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Percebemos
que as duas palavras que formam o predicado estão diretamente relacionadas ao
sujeito: amanheceu (verbo significativo) e ensolarado (nome que
se refere ao sujeito). O predicado apresenta, portanto, dois núcleos:
amanheceu e ensolarado.
Tomando
por base o núcleo do que está sendo declarado, podemos reconhecer três tipos de predicado: verbal,
nominal e verbo-nominal.
Predicado Verbal
Apresenta
as seguintes características:
a) Tem
um verbo como núcleo;
b) Não
possui predicativo do sujeito;
c) Indica
ação.
Por
exemplo:
Eles revelaram toda
a verdade para a filha.
Predicado Verbal
Para
ser núcleo do predicado verbal, é necessário que o verbo seja significativo,
isto é, que traga uma ideia de ação. Veja os exemplos abaixo:
O
dia clareou. (núcleo do predicado verbal = clareou)
Chove muito
nos estados do sul do país. (núcleo do predicado verbal = Chove)
Ocorreu um
acidente naquela rua. (núcleo do predicado verbal = Ocorreu)
A
antiga casa foi demolida. (núcleo do predicado verbal = demolida)
Obs.: no último exemplo há uma locução verbal de voz passiva, o que não
impede o verbo demolir de ser o núcleo do predicado.
Predicado Nominal
Apresenta as seguintes características:
a) Possui um
nome (substantivo ou adjetivo) como núcleo;
b) É
formado por um verbo de ligação mais o predicativo do sujeito;
c) Indica
estado ou qualidade.
Por Exemplo:
Leonardo é competente.
Predicado Nominal
No predicado nominal, o núcleo é
sempre um nome, que desempenha a função de predicativo do
sujeito. O predicativo do sujeito é um termo que caracteriza o sujeito,
tendo como intermediário um verbo de ligação. Os exemplos abaixo
mostram como esses verbos exprimem diferentes circunstâncias relativas ao
estado do sujeito, ao mesmo tempo que o ligam ao predicativo.Veja:
Ele está triste. (triste =
predicativo do sujeito, está = verbo de ligação)
A natureza é bela. (bela =
predicativo do sujeito, é = verbo de ligação)
O homem parecia nervoso. (nervoso =
predicativo do sujeito, parecia = verbo de ligação)
Nosso herói acabou derrotado.
(derrotado = predicativo do sujeito, acabou = verbo de ligação)
Uma simples
funcionária virou diretora da empresa. (diretora =
predicativo do sujeito, virou = verbo de ligação)
Predicativo do Sujeito
É o termo que atribui características ao sujeito
por meio de um verbo. Todo predicado construído com verbo de ligação necessita
de predicativo do sujeito. Pode ser representado por:
a) Adjetivo ou locução adjetiva:
Por Exemplo:
O seu telefonema foi especial. (especial
= adjetivo)
Este bolo está sem sabor. (sem sabor = locução adjetiva)
b) Substantivo ou palavra
substantivada:
Por Exemplo:
Esta figura parece um peixe. (peixe
= substantivo)
Amar é um eterno recomeçar. (recomeçar = verbo
substantivado)
c) Pronome Substantivo:
Por Exemplo:
Meu boletim não é esse. (esse =
pronome substantivo)
d) Numeral:
Por Exemplo:
Nós somos dez ao todo. (dez =
numeral)
Predicado
Verbo-Nominal
Apresenta
as seguintes características:
a) Possui
dois núcleos: um verbo e um nome;
b) Possui
predicativo do sujeito ou do objeto;
c) Indica
ação ou atividade do sujeito e uma qualidade.
Por
Exemplo:
Os alunos
|
saíram da aula alegres.
|
|
Predicado Verbo-Nominal
|
O
predicado é verbo-nominal porque seus núcleos são
um verbo (saíram - verbo intransitivo), que indica uma ação
praticada pelo sujeito, e um predicativo do sujeito (alegres), que
indica o estado do sujeito no momento em que se desenvolve o processo verbal. É
importante observar que o predicado dessa oração poderia ser desdobrado em dois
outros, um verbal e um nominal. Veja:
Os
alunos saíram da aula. Eles estavam alegres.
Estrutura
do Predicado Verbo-Nominal
O
predicado verbo-nominal pode ser formado de:
1 - Verbo Intransitivo + Predicativo do Sujeito
|
Por
Exemplo:
Joana
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partiu
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contente.
|
Sujeito
|
Verbo Intransitivo
|
Predicativo
do Sujeito
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2 - Verbo Transitivo + Objeto + Predicativo do Objeto
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Por
Exemplo:
A despedida
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deixou
|
a mãe
|
aflita.
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Sujeito
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Verbo Transitivo
|
Objeto
Direto
|
Predicativo do Objeto
|
3 - Verbo Transitivo + Objeto + Predicativo do Sujeito
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Por
Exemplo:
Os alunos
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cantaram
|
emocionados
|
aquela canção.
|
Sujeito
|
Verbo Transitivo
|
Predicativo
do Sujeito
|
Objeto Direto
|
3 - TERMOS
INTEGRANTES DA ORAÇÃO
Certos verbos ou nomes presentes numa
oração não possuem sentido completo em si mesmos. Sua significação só se
completa com a presença de outros termos, chamados integrantes. São eles:
complementos verbais (objeto direto e
objeto indireto);
complemento nominal;
agente da passiva.
Complementos Verbais
Completam o sentido de verbos
transitivos diretos e transitivos indiretos. São eles:
1) Objeto Direto
É o termo que completa o sentido do
verbo transitivo direto, ligando-se a ele sem o auxílio necessário da
preposição.
Por Exemplo:
Abri
|
os braços
|
ao vê-lo.
|
|
Objeto Direto
|
|
O objeto direto pode ser constituído:
a) Por um substantivo ou expressão
substantivada.
Exemplos:
O agricultor cultiva a terra./
Unimos o útil ao agradável.
b) Pelos pronomes oblíquos o, a, os, as,
me, te, se, nos, vos.
Exemplos:
Espero-o na minha festa. /
Ela me ama.
c) Por qualquer pronome substantivo.
Por Exemplo:
O menino que conheci está lá
fora.
Atenção:
Em alguns casos, o objeto direto pode
vir acompanhado de preposição facultativa. Isso pode ocorrer:
- quando o objeto é um substantivo
próprio: Adoremos a Deus.
- quando o objeto é representado por um
pronome pessoal oblíquo tônico: Ofenderam a mim, não a ele.
- quando o objeto é representado por um
pronome substantivo indefinido: O diretor elogiou a todos.
- para evitar
ambiguidade: Venceu ao inimigo o nosso colega.
Obs.: caso o objeto direto não viesse
preposicionado, o sentido da oração ficaria ambíguo, pois não poderíamos
apontar com precisão o sujeito (o nosso colega).
Saiba que:
Frequentemente, verbos
intransitivos, podem aparecer como verbos transitivos diretos.
Por Exemplo:
A criança chorou lágrimas doídas pela perda da
mãe.
Objeto Direto
|
2) Objeto Indireto
É o termo que completa o sentido de um
verbo transitivo indireto. Vem sempre regido de preposição clara ou
subentendida. Atuam como objeto indireto os pronomes: lhe, lhes, me te,
se, nos, vos.
Exemplos:
Não
desobedeço
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a meus pais.
|
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Objeto Indireto
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Preciso
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de ajuda. (Preposição clara "de")
|
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Objeto Indireto
|
Enviei-lhe
|
um recado.
|
(Enviei a
ele - a preposição a está subentendida)
|
Objeto Indireto
|
|
|
Obs.: muitas vezes o objeto
indireto inicia-se com crase (à, àquele, àquela, àquilo). Isso ocorre quando o
verbo exige a preposição "a", que acaba se contraindo com a palavra
seguinte.
Por Exemplo:
Entregaram à mãe o presente. (à = "a" preposição +
"a" artigo definido)
Observações Gerais:
a) Pode ocorrer ainda o (objeto
direto ou indireto) pleonástico, que consiste na retomada do objeto por um
pronome pessoal, geralmente com a intenção de colocá-lo em destaque.
Por Exemplo: As mulheres,
eu as vi na cozinha. (Objeto Direto)
A todas vocês, eu já lhes forneci o pagamento mensal. (Objeto
Indireto)
b) Os pronomes oblíquos o, a,
os, as (e as variantes lo, la, los, las, no, na, nos, nas) são sempre
objeto direto. Os pronomes lhe, lhes são sempre objeto indireto.
Exemplos:
Eu a encontrei no quarto. (OD)
Vou avisá-lo.(OD)
Eu lhe pagarei um sorvete.(OI)
c) Os pronomes oblíquos me,
te, se, nos, vos podem ser objeto direto ou indireto. Para determinar sua
função sintática, podemos substituir esses pronomes por um substantivo: se o
uso da preposição for obrigatório, então se trata de um objeto indireto; caso
contrário, de objeto direto.
Por Exemplo:
Roberto me viu na escola.(OD)
Substituindo-se "me" por
um substantivo qualquer (amigo, por exemplo), tem-se: "Roberto viu o amigo
na escola." Veja que a preposição não foi usada.
Portanto, "me" é objeto direto.
Observe o próximo exemplo:
João me telefonou.(OI)
Substituindo-se "me" por
um substantivo qualquer (amigo, por exemplo), tem-se: "João telefonou ao
amigo". A preposição foi usada. Portanto, "me" é objeto
indireto.
3) Complemento Nominal
É o termo que completa o
sentido de uma palavra que não seja verbo. Assim, pode referir-se
a substantivos, adjetivos ou advérbios, sempre por
meio de preposição.
Exemplos:
Cecília
tem orgulho da
filha.
substantivo
complemento nominal
Ricardo estava consciente de
tudo.
adjetivo
complemento nominal
A professora
agiu favoravelmente aos
alunos.
advérbio complemento nominal
Saiba que:
O complemento nominal
representa o recebedor, o paciente, o alvo da declaração expressa por um
nome. É regido pelas mesmas preposições do objeto indireto. Difere deste
apenas porque, em vez de complementar verbos, complementa nomes
(substantivos, adjetivos) e alguns advérbios em -mente.
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4) Agente da Passiva
É o termo da frase que
pratica a ação expressa pelo verbo quando este se apresenta na voz passiva. Vem
regido comumente da preposição "por" e eventualmente da
preposição "de".
Por Exemplo:
A vencedora foi
escolhida pelos
jurados.
Sujeito
Verbo
Agente
da
Paciente
Voz Passiva
Passiva
Ao passar a frase da voz passiva para a voz ativa,
o agente da passiva recebe o nome de sujeito. Veja:
Os jurados escolheram a
vencedora.
Sujeito
Verbo
Objeto Direto
Voz Ativa
Outros exemplos:
Joana
é amada
de muitos.
Sujeito Paciente
Agente
da Passiva
Essa situação
já era conhecida
de todos.
Sujeito Paciente
Agente da Passiva
Observações:
a) O agente da passiva pode ser expresso
por substantivos ou pronomes.
Por Exemplo:
O solo foi umedecido pela
chuva. (substantivo)
Este livro foi escrito por mim. (pronome)
b) Embora o agente da passiva seja considerado
um termo integrante, pode muitas vezes ser omitido.
Por Exemplo:
O público não foi bem recebido. (pelos anfitriões)
4 - TERMOS
ACESSÓRIOS DA ORAÇÃO
Sobre os Termos Acessórios
Existem termos que, apesar de dispensáveis
na estrutura básica da oração, são importantes para a compreensão do enunciado.
Ao acrescentar informações novas, esses termos:
- caracterizam o ser;
- determinam os substantivos;
- exprimem circunstância.
São termos acessórios da
oração: o adjunto adverbial, o adjunto
adnominal e o aposto.
Vamos observar o exemplo:
Anoiteceu.
No exemplo acima, temos uma oração de
predicado verbal formado por um verbo impessoal. Trata-se de uma oração sem
sujeito. O verbo anoiteceu é suficiente para transmitir a mensagem
enunciada. Poderíamos, no entanto, ampliar a gama de informações contidas nessa
frase:
Por Exemplo:
Suavemente anoiteceu na
cidade.
A ideia central continua contida no
verbo da oração. Temos, agora, duas noções acessórias, circunstanciais, ligadas
ao processo verbal: o modo como anoiteceu (suavemente) e o lugar onde anoiteceu
(na cidade). A esses termos acessórios que indicam circunstâncias relativas ao
processo verbal damos o nome de adjuntos adverbiais.
Agora, observe o que ocorre ao
expandirmos um pouco mais a oração acima:
Por Exemplo:
Suavemente anoiteceu na deserta cidade do
planalto.
Surgiram termos que ser referem ao
substantivo cidade, caracterizando-o, delimitando-lhe o sentido. Trata-se
de termos acessórios que se ligam a um nome, determinando-lhe o sentido.
São chamados adjuntos adnominais.
Por último, analise a frase
abaixo:
Fernando Pessoa era português.
Nessa oração, o sujeito é determinado e
simples: Fernando Pessoa. Há ainda um predicativo do sujeito (português)
relacionado ao sujeito pelo verbo de ligação (era). Trata-se, pois, de uma
oração com predicado nominal. Note que a frase é capaz de comunicar
eficientemente uma informação. Nada nos impede, no entanto, de enriquecer mais
um pouco o conteúdo informativo. Veja:
Fernando Pessoa, o criador de poetas, era
português.
Agora, além do núcleo do sujeito (Fernando
Pessoa) há um termo que explica, que enfatiza esse núcleo: o criador de
poetas. Esse termo é chamado de aposto.
Adjunto Adverbial
É
o termo da oração que indica uma circunstância (dando ideia de tempo,
lugar, modo, causa, finalidade, etc.). O adjunto adverbial é o termo que modifica o
sentido de um verbo, de um adjetivo ou de um advérbio.
Observe as frases abaixo:
Eles
se respeitam muito.
Seu
projeto é muito interessante.
O
time jogou muito mal.
Nessas
três orações, muito é adjunto adverbial de intensidade. No
primeiro caso, intensifica a forma verbalrespeitam, que é núcleo do
predicado verbal. No segundo, intensifica o adjetivo interessante,
que é o núcleo do predicativo do sujeito. Na terceira oração, muito intensifica
o advérbio mal, que é o núcleo do adjunto adverbial de modo.
Veja
o exemplo abaixo:
Amanhã voltarei de bicicleta
àquela velha praça.
Os
termos em destaque estão indicando as seguintes circunstâncias:
amanhã indica tempo;
de
bicicleta indica meio;
àquela
velha praça indica lugar.
Sabendo
que a classificação do adjunto adverbial se relaciona com a circunstância por
ele expressa, os termos acima podem ser classificados, respectivamente em: adjunto
adverbial de tempo, adjunto adverbial de meio eadjunto adverbial de lugar.
O
adjunto adverbial pode ser expresso por:
1)
Advérbio: O balão caiu longe.
2)
Locução Adverbial: O balão caiu no mar.
3)
Oração: Se o balão pegar fogo, avisem-me.
Observação: nem
sempre é possível apontar com precisão a circunstância expressa por um adjunto
adverbial. Em alguns casos, as diferentes possibilidades de interpretação dão
origem a orações sugestivas.
Por
Exemplo:
Entreguei-me calorosamente àquela
causa.
É difícil precisar se calorosamente é um adjunto adverbial de modo ou
de intensidade. Na verdade, parece ser uma fórmula de expressar ao mesmo
tempo as duas circunstâncias. Por isso, é fundamental levar em conta o contexto em
que surgem os adjuntos adverbiais.
Adjunto Adnominal
É o termo que determina, especifica ou explica um substantivo.
O adjunto adnominal possui função adjetivana oração, a qual pode ser
desempenhada por adjetivos, locuções adjetivas, artigos, pronomes
adjetivos enumerais adjetivos. Veja o exemplo a seguir:
O poeta inovador
|
enviou
|
dois longos trabalhos
|
ao seu amigo de infância.
|
Sujeito
|
Núcleo do Predicado Verbal
|
Objeto Direto
|
Objeto Indireto
|
Na
oração acima, os substantivos poeta, trabalhos e amigo são
núcleos, respectivamente, do sujeito determinado simples, do objeto direto e do
objeto indireto. Ao redor de cada um desses substantivos agrupam-se os adjuntos
adnominais:
o artigo"
o" e o adjetivo inovador referem-se a poeta;
o
numeral dois e o adjetivo longos referem-se ao substantivo trabalhos;
o artigo"
o" (em ao), o pronome adjetivo seu e a locução
adjetiva de infância são adjuntos adnominais de amigo.
Observe
como os adjuntos adnominais se prendem diretamente ao substantivo a que se
referem, sem qualquer participação do verbo. Isso é facilmente notável quando
substituímos um substantivo por um pronome: todos os adjuntos adnominais que
estão ao redor do substantivo têm de acompanhá-lo nessa substituição.
Por
Exemplo:
O
notável poeta português deixou uma obra originalíssima.
Ao
substituirmos poeta pelo pronome ele, obteremos:
Ele deixou
uma obra originalíssima.
As
palavras "o", notável e português tiveram de
acompanhar o substantivo poeta, por se tratar de adjuntos adnominais.
O mesmo aconteceria se substituíssemos o substantivo obra pelo
pronome a. Veja:
O
notável poeta português deixou-a.
Distinção
entre Adjunto Adnominal e Complemento Nominal
É comum confundir o adjunto adnominal
na forma de locução adjetiva com complemento nominal. Para evitar que isso
ocorra, considere o seguinte:
a) Somente
os substantivos podem ser acompanhados de adjuntos adnominais;
já os complementos nominaispodem ligar-se a substantivos, adjetivos e
advérbios. Assim, fica claro que o termo ligado por preposição a um adjetivo ou
a um advérbio só pode ser complemento nominal. Quando não houver preposição
ligando os termos, será um adjunto adnominal.
b)
O complemento nominal equivale a um complemento verbal, ou seja,
só se relaciona a substantivos cujos significados transitam. Portanto, seu
valor é passivo, é sobre ele que recai a ação. O adjunto adnominal tem
sempre valor ativo. Observe os exemplos:
Exemplo
1 : Camila tem muito amor à mãe.
A
expressão "à mãe" classifica-se como complemento nominal, pois mãe é paciente de amar,
recebe a ação de amar.
Exemplo
2 : Vera é um amor de mãe.
A
expressão "de mãe" classifica-se como adjunto adnominal, pois mãe é agente de amar,
pratica a ação de amar.