domingo, 16 de fevereiro de 2014

ESTUDO DA SINTAXE - 3º ANO

2-TERMOS ESSENCIAIS DA ORAÇÃO
Sujeito e Predicado
Para que a oração tenha significado, são necessários alguns termos básicos: os termos essenciais. A oração possui dois termos essenciais, o sujeito e o predicado.
Sujeito: termo sobre o qual o restante da oração diz algo.
Por Exemplo:
As praias
estão cada vez mais poluídas.
Sujeito

Predicado: termo que contém o verbo e informa algo sobre o sujeito.
Por Exemplo:
As praias
estão cada vez mais poluídas.
Predicado

Posição do Sujeito na Oração
Dependendo da posição de seus termos, a oração pode estar:
Na Ordem Direta: o sujeito aparece antes do predicado.
Por Exemplo:
As crianças
brincavam despreocupadas.
Sujeito
Predicado
Na Ordem Inversa: o sujeito aparece depois do predicado.
Brincavam despreocupadas
as crianças.
Predicado
Sujeito
Sujeito no Meio do Predicado:
Despreocupadas,
as crianças
brincavam.
Predicado
Sujeito
Predicado
Classificação do Sujeito
O sujeito das orações da língua portuguesa pode ser determinado ou indeterminado. Existem ainda as orações sem sujeito.
1 - Sujeito Determinado: é aquele que se pode identificar com precisão a partir da concordância verbal. Pode ser:
a) Simples
Apresenta apenas um núcleo ligado diretamente ao verbo.
Por Exemplo: 
A rua estava deserta.
Observação: não se deve confundir sujeito simples com a noção de singular. Diz-se que o sujeito é simples quando o verbo da oração se refere a apenas um elemento, seja ele um substantivo (singular ou plural), um pronome, um numeral ou uma oração subjetiva.
Por Exemplo:
Os meninos estão gripados.
Todos cantaram durante o passeio.
b) Composto
Apresenta dois ou mais núcleos ligados diretamente ao verbo.
Tênis e natação são ótimos exercícios físicos. 
c) Implícito (Oculto)
Ocorre quando o sujeito não está explicitamente representado na oração, mas  pode ser identificado.
Por Exemplo:
Dispensamos todos os funcionários.
Nessa oração, o sujeito é implícito e determinado, pois está indicado pela desinência verbal -mos.

2 - Sujeito Indeterminado: é aquele que, embora existindo, não se pode determinar nem pelo contexto, nem pela terminação do verbo. Na língua portuguesa, há três maneiras diferentes de indeterminar o sujeito de uma oração:
a) Com verbo na 3ª pessoa do plural:
O verbo é colocado na terceira pessoa do plural, sem que se refira a nenhum termo identificado anteriormente (nem em outra oração):
Por Exemplo:
Procuraram você por todos os lugares.
Estão pedindo seu documento na entrada da festa.
b) Com verbo ativo  na 3ª  pessoa do singular, seguido do pronome se:
O verbo vem acompanhado do pronome se, que atua como índice de indeterminação do sujeito. Essa construção ocorre com verbos que não apresentam complemento direto (verbos intransitivos, transitivos indiretos e de ligação). O verbo obrigatoriamente fica na terceira pessoa do singular.
Exemplos:
Vive-se melhor no campo. (Verbo Intransitivo)
Precisa-se 
de técnicos em informática. (Verbo Transitivo Indireto)
No casamento, sempre se fica nervoso. (Verbo de Ligação)
c) Com o verbo no infinitivo impessoal:
Por Exemplo:
Era penoso estudar todo aquele conteúdo.
É triste assistir a estas cenas tão trágicas.
Obs.: quando o verbo está na 3ª pessoa do plural, fazendo referência a elementos explícitos em orações anteriores ou posteriores, o sujeito é determinado.
Por Exemplo:
Felipe e Marcos foram à feira. Compraram muitas verduras.
   Nesse caso, o sujeito de compraram é eles (Felipe e Marcos). Ocorre sujeito oculto.

3 - Oração Sem Sujeito: é formada apenas pelo predicado e articula-se a partir de um verbo impessoal. Observe a estrutura destas orações:
Sujeito
Predicado
-
Havia formigas na casa.
-
Nevou muito este ano em Nova Iorque.
   É possível constatar que essas orações não têm sujeito. Constituem a enunciação pura e absoluta de um fato, através do predicado. O conteúdo verbal não é atribuído a nenhum ser, a mensagem centra-se no processo verbal. Os casos mais comuns de orações sem sujeito da língua portuguesa ocorrem com:
a) Verbos que exprimem fenômenos da natureza:
Nevar, chover, ventar, gear, trovejar, relampejar, amanhecer, anoitecer, etc.
Por Exemplo:
Choveu muito no inverno passado.
Amanheceu antes do horário previsto.
Observação: quando usados na forma figurada, esses verbos podem ter sujeito determinado.
Por Exemplo:
Choviam crianças na distribuição de brindes. (crianças=sujeito)
Já amanheci cansado. (eu=sujeito)

b) Verbos serestarfazer e haver, quando usados para indicar uma ideia de tempo ou fenômenos meteorológicos:
Ser:
É noite. (Período do dia)
Eram duas horas da manhã. (Hora)
Obs.:  ao indicar tempo, o verbo ser varia de acordo com a expressão numérica que o acompanha. (É uma hora/ São nove horas)
Hoje é (ou são) 15 de março. (Data)
Obs.: ao indicar data, o verbo ser poderá ficar no singular, subentendendo-se a palavra dia, ou então irá para o plural, concordando com o número de dias.
Estar:
Está tarde. (Tempo)
Está muito quente.(Temperatura)
Fazer:
Faz dois anos que não vejo meu pai. (Tempo decorrido)
Fez 39° C ontem. (Temperatura)
Haver:
Não a vejo  anos. (Tempo decorrido)
Havia muitos alunos naquela aula. (Verbo Haver significando existir)

Atenção:
Com exceção do verbo ser, os verbos impessoais devem ser usados SEMPRE NA TERCEIRA PESSOA DO SINGULAR. Devemos ter cuidado com os verbos fazer e haver usados impessoalmente: não é possível usá-los no plural.
Por Exemplo:
Faz muitos anos que nos conhecemos.
Deve fazer dias quentes na Bahia.
Veja outros exemplos:
Há muitas pessoas interessadas na reunião.
Houve muitas pessoas interessadas na reunião.
Havia muitas pessoas interessadas na reunião.
Haverá muitas pessoas interessadas na reunião.
Deve ter havido muitas pessoas interessadas na reunião.
Pode ter havido muitas pessoas interessadas na reunião.


Predicado
   Predicado é aquilo que se declara a respeito do sujeito. Nele é obrigatória a presença de um verbo ou locução verbal. Quando se identifica o sujeito de uma oração, identifica-se também o predicado. Em termos, tudo o que difere do sujeito (e do vocativo, quando ocorrer) numa oração é o seu predicado. Veja alguns exemplos:
As mulheres
compraram roupas novas.
Predicado

Durante o ano,
muitos alunos
desistem do curso.
Predicado
Predicado

A natureza
é bela.
Predicado

Classificação do Predicado
Para o estudo do predicado, é necessário verificar se seu núcleo significativo está num nome ou num verbo. Além disso, devemos considerar se as palavras que formam o predicado referem-se apenas ao verbo ou também ao sujeito da oração. Veja o exemplo abaixo:
Os animais
necessitam de cuidados especiais
Sujeito
Predicado
O predicado, apesar de ser formado por muitas palavras, apresenta apenas uma que se refere ao sujeito: necessitam. As demais palavras ligam-se direta ou indiretamente ao verbo (necessitar é, no caso, de algo), que assume, assim, o papel de núcleo significativo do predicado. Já em:
A natureza
é bela
Sujeito
Predicado
No exemplo acima, o nome bela se refere, por intermédio do verbo, ao sujeito da oração. O verbo agora atua como elemento de ligação entre sujeito e a palavra a ele relacionada. O núcleo do predicado é bela. Veja o próximo exemplo:
O dia
amanheceu ensolarado
Sujeito
Predicado


Percebemos que as duas palavras que formam o predicado estão diretamente relacionadas ao sujeito: amanheceu (verbo significativo) e ensolarado (nome que se refere ao sujeito). O predicado apresenta, portanto, dois núcleos: amanheceu e ensolarado.
Tomando por base o núcleo do que está sendo declarado, podemos reconhecer três tipos de predicado: verbal, nominal e verbo-nominal.

Predicado Verbal
Apresenta as seguintes características:
a) Tem um verbo como núcleo;
b) Não possui predicativo do sujeito;
c) Indica ação.
Por exemplo:
Eles revelaram toda a verdade para a filha.
Predicado Verbal
Para ser núcleo do predicado verbal, é necessário que o verbo seja significativo, isto é, que traga uma ideia de ação. Veja os exemplos abaixo:
O dia clareou. (núcleo do predicado verbal = clareou)
Chove muito nos estados do sul do país. (núcleo do predicado verbal = Chove)
Ocorreu um acidente naquela rua. (núcleo do predicado verbal = Ocorreu)
A antiga casa foi demolida. (núcleo do predicado verbal = demolida)
Obs.: no último exemplo há uma locução verbal de voz passiva, o que não impede o verbo demolir de ser o núcleo do predicado.
Predicado Nominal
Apresenta as seguintes características:
a) Possui um nome (substantivo ou adjetivo) como núcleo;
b) É formado por um verbo de ligação mais o predicativo do sujeito;
c) Indica estado ou qualidade.
Por Exemplo:
Leonardo é competente.
Predicado Nominal
    No predicado nominal, o núcleo é sempre um nome, que desempenha a função de predicativo do sujeito. O predicativo do sujeito é um termo que caracteriza o sujeito, tendo como intermediário um verbo de ligação. Os exemplos abaixo mostram como esses verbos exprimem diferentes circunstâncias relativas ao estado do sujeito, ao mesmo tempo que o ligam ao predicativo.Veja:
Ele está triste. (triste = predicativo do sujeito, está  = verbo de ligação)
A natureza é bela. (bela = predicativo do sujeito, é = verbo de ligação)
O homem parecia nervoso. (nervoso = predicativo do sujeito, parecia = verbo de ligação)
Nosso herói acabou derrotado. (derrotado = predicativo do sujeito, acabou = verbo de ligação)
Uma simples funcionária virou diretora da empresa. (diretora = predicativo do sujeito, virou = verbo de ligação)

Predicativo do Sujeito
É o termo que atribui características ao sujeito por meio de um verbo. Todo predicado construído com verbo de ligação necessita de predicativo do sujeito. Pode ser representado por:
a) Adjetivo ou locução adjetiva:
Por Exemplo:
O seu telefonema foi especial. (especial = adjetivo)
Este bolo está sem sabor. (sem sabor = locução adjetiva)
b) Substantivo ou palavra substantivada:
Por Exemplo:
Esta figura parece um peixe. (peixe = substantivo)
Amar é um eterno recomeçar. (recomeçar  = verbo substantivado)
c) Pronome Substantivo:
Por Exemplo:
Meu boletim não é esse. (esse = pronome substantivo)
d) Numeral:
Por Exemplo:
Nós somos dez ao todo. (dez = numeral)
Predicado Verbo-Nominal
Apresenta as seguintes características:
a) Possui dois núcleos: um verbo e um nome;
b) Possui predicativo do sujeito ou do objeto;
c) Indica ação ou atividade do sujeito e uma qualidade.
Por Exemplo:
Os alunos
saíram da aula alegres.

Predicado Verbo-Nominal
O predicado é verbo-nominal porque seus núcleos são um verbo (saíram - verbo intransitivo), que indica uma ação praticada pelo sujeito, e um predicativo do sujeito (alegres), que indica o estado do sujeito no momento em que se desenvolve o processo verbal. É importante observar que o predicado dessa oração poderia ser desdobrado em dois outros, um verbal e um nominal. Veja:
Os alunos saíram da aula. Eles estavam alegres.

Estrutura do Predicado Verbo-Nominal
O predicado verbo-nominal pode ser formado de:
1 - Verbo Intransitivo + Predicativo do Sujeito
Por Exemplo:
Joana
partiu
contente.
Sujeito
Verbo Intransitivo
Predicativo do Sujeito

2 - Verbo Transitivo + Objeto + Predicativo do Objeto
Por Exemplo:
A despedida
deixou
a mãe
aflita.
Sujeito
Verbo Transitivo
Objeto Direto
Predicativo do Objeto

3 - Verbo Transitivo + Objeto +   Predicativo do Sujeito
Por Exemplo:
Os alunos
cantaram
emocionados
aquela canção.
Sujeito
Verbo Transitivo
Predicativo do Sujeito
Objeto Direto

3 - TERMOS INTEGRANTES DA ORAÇÃO
Certos verbos ou nomes presentes numa oração não possuem sentido completo em si mesmos. Sua significação só se completa com a presença de outros termos, chamados integrantes. São eles:
complementos verbais (objeto direto e objeto indireto);
complemento nominal;
agente da passiva.
Complementos Verbais
Completam o sentido de verbos transitivos diretos e transitivos indiretos. São eles:
1) Objeto Direto
É o termo que completa o sentido do verbo transitivo direto, ligando-se a ele sem o auxílio necessário da preposição.
Por Exemplo:
Abri
os braços
ao vê-lo.
Objeto Direto
O objeto direto pode ser constituído:
a) Por um substantivo ou expressão substantivada.
Exemplos:
O agricultor cultiva a terra./ Unimos o útil ao agradável.
b)  Pelos pronomes oblíquos o, a, os, as, me, te, se, nos, vos.
Exemplos:
Espero-o na minha festa. / Ela me ama.
c)  Por qualquer pronome substantivo.
Por Exemplo:
O menino que conheci está lá fora.
Atenção:
Em alguns casos, o objeto direto pode vir acompanhado de preposição facultativa. Isso pode ocorrer:
- quando o objeto é um substantivo próprio: Adoremos a Deus.
- quando o objeto é representado por um pronome pessoal oblíquo tônico: Ofenderam a mim, não a ele.
- quando o objeto é representado por um pronome substantivo indefinido: O diretor elogiou a todos.
- para evitar ambiguidade: Venceu ao inimigo o nosso colega.
Obs.: caso o objeto direto não viesse preposicionado, o sentido da oração ficaria ambíguo, pois não poderíamos apontar com precisão o sujeito (o nosso colega).
Saiba que:
Frequentemente,  verbos intransitivos, podem aparecer como verbos transitivos diretos.
Por Exemplo:
A criança chorou lágrimas doídas pela perda da mãe.
                                    Objeto Direto

2) Objeto Indireto
É o termo que completa o sentido de um verbo transitivo indireto. Vem sempre regido de preposição clara ou subentendida. Atuam como objeto indireto os pronomes: lhe, lhes, me te, se, nos, vos.
Exemplos:
Não desobedeço
a meus pais.
Objeto Indireto

Preciso
de ajuda. (Preposição clara "de")
Objeto Indireto

Enviei-lhe
um recado.
(Enviei a ele - a preposição a está subentendida)
Objeto Indireto
Obs.:  muitas vezes o objeto indireto inicia-se com crase (à, àquele, àquela, àquilo). Isso ocorre quando o verbo exige a preposição "a", que acaba se contraindo com a palavra seguinte.
Por Exemplo:
Entregaram à mãe o presente. (à = "a" preposição + "a" artigo definido)

Observações Gerais:
a) Pode ocorrer ainda o (objeto direto ou indireto) pleonástico, que consiste na retomada do objeto por um pronome pessoal, geralmente com a intenção de colocá-lo em destaque.
Por Exemplo: As mulheres, eu as vi na cozinha. (Objeto Direto)
A todas vocês, eu já lhes forneci o pagamento mensal. (Objeto Indireto)
b) Os pronomes oblíquos o, a, os, as (e as variantes lo, la, los, las, no, na, nos, nas) são sempre objeto direto. Os pronomes lhe, lhes são sempre objeto indireto.
  Exemplos:
Eu a encontrei no quarto. (OD)
Vou avisá-lo.(OD)
Eu lhe pagarei um sorvete.(OI)
c) Os pronomes oblíquos me, te, se, nos, vos podem ser objeto direto ou indireto. Para determinar sua função sintática, podemos substituir esses pronomes por um substantivo: se o uso da preposição for obrigatório, então se trata de um objeto indireto; caso contrário, de objeto direto.
Por Exemplo:
Roberto me viu na escola.(OD)
Substituindo-se "me" por um substantivo qualquer (amigo, por exemplo), tem-se: "Roberto viu o amigo na escola." Veja que a preposição não foi usada. Portanto, "me" é objeto direto.
Observe o próximo exemplo:
João me telefonou.(OI)
Substituindo-se "me" por um substantivo qualquer (amigo, por exemplo), tem-se: "João telefonou ao amigo". A preposição foi usada. Portanto, "me" é objeto indireto.
3) Complemento Nominal
   É o termo que completa o sentido de uma palavra que não seja verbo. Assim, pode referir-se a substantivos, adjetivos ou advérbios, sempre por meio de preposição.
Exemplos:
Cecília tem        orgulho                da filha.
                        substantivo          complemento nominal
Ricardo estava   consciente        de tudo.
                               adjetivo       complemento nominal
A professora agiu       favoravelmente      aos alunos.
                                             advérbio        complemento nominal
Saiba que:
  O complemento nominal representa o recebedor, o paciente, o alvo da declaração expressa por um nome. É regido pelas mesmas preposições do objeto indireto. Difere deste apenas porque, em vez de complementar verbos, complementa nomes (substantivos, adjetivos) e alguns advérbios em -mente.

4) Agente da Passiva
   É o termo da frase que pratica a ação expressa pelo verbo quando este se apresenta na voz passiva. Vem regido comumente da preposição "por" e eventualmente da preposição "de".
Por Exemplo:
  A vencedora           foi escolhida               pelos jurados.
      Sujeito                      Verbo                     Agente da
      Paciente                 Voz Passiva                 Passiva
Ao passar a frase da voz passiva para a voz ativa, o agente da passiva recebe o nome de sujeito. Veja:
Os jurados             escolheram                a vencedora.
   Sujeito                      Verbo                        Objeto Direto
                                    Voz Ativa
Outros exemplos:
     Joana                é amada           de muitos.
Sujeito   Paciente                   Agente da   Passiva

   Essa situação        já era conhecida         de todos.
Sujeito  Paciente                               Agente da  Passiva
                                              
Observações:
a) O agente da passiva pode ser expresso por substantivos ou pronomes.
Por Exemplo:
O solo foi umedecido pela chuva. (substantivo)
Este livro foi escrito por mim. (pronome)
b) Embora o agente da passiva seja considerado um termo integrante, pode muitas vezes ser omitido.
Por Exemplo:
O público não foi bem recebido. (pelos anfitriões)

4 - TERMOS ACESSÓRIOS DA ORAÇÃO
Sobre os Termos Acessórios
Existem termos que, apesar de dispensáveis na estrutura básica da oração, são importantes para a compreensão do enunciado. Ao acrescentar informações novas, esses  termos:
- caracterizam o ser;
- determinam os substantivos;
- exprimem circunstância.
São termos acessórios da oração: o adjunto adverbial, o adjunto adnominal e o aposto.
Vamos observar o exemplo:
Anoiteceu.
No exemplo acima, temos uma oração de predicado verbal formado por um verbo impessoal. Trata-se de uma oração sem sujeito. O verbo anoiteceu é suficiente para transmitir a mensagem enunciada. Poderíamos, no entanto, ampliar a gama de informações contidas nessa frase:
Por Exemplo:
Suavemente anoiteceu na cidade.

A ideia central continua contida no verbo da oração. Temos, agora, duas noções acessórias, circunstanciais, ligadas ao processo verbal: o modo como anoiteceu (suavemente) e o lugar onde anoiteceu (na cidade). A esses termos acessórios que indicam circunstâncias relativas ao processo verbal damos o nome de adjuntos adverbiais.

Agora, observe o que ocorre ao expandirmos um pouco mais a oração acima:
Por Exemplo: 
Suavemente anoiteceu na deserta cidade do planalto.
Surgiram termos que ser referem ao substantivo cidade, caracterizando-o, delimitando-lhe o sentido. Trata-se de termos acessórios que se ligam a um nome, determinando-lhe o sentido. São chamados adjuntos adnominais.

Por último, analise a frase abaixo:
Fernando Pessoa era português.

Nessa oração, o sujeito é determinado e simples: Fernando Pessoa. Há ainda um predicativo do sujeito (português) relacionado ao sujeito pelo verbo de ligação (era). Trata-se, pois, de uma oração com predicado nominal. Note que a frase é capaz de comunicar eficientemente uma informação. Nada nos impede, no entanto, de enriquecer mais um pouco o conteúdo informativo. Veja:
Fernando Pessoa, o criador de poetas, era português.
Agora, além do núcleo do sujeito (Fernando Pessoa) há um termo que explica, que enfatiza esse núcleo: o criador de poetas. Esse termo é chamado de aposto.

Adjunto Adverbial
É o termo da oração que indica uma circunstância (dando ideia de tempo, lugar, modo, causa, finalidade, etc.). O adjunto adverbial é o termo que modifica o sentido de um verbo, de um adjetivo ou de um advérbio. Observe as frases abaixo:
Eles se respeitam muito.
Seu projeto é muito interessante.
O time jogou muito mal.
Nessas três orações, muito é adjunto adverbial de intensidade. No primeiro caso, intensifica a forma verbalrespeitam, que é núcleo do predicado verbal. No segundo, intensifica o adjetivo interessante, que é o núcleo do predicativo do sujeito. Na terceira oração, muito intensifica o advérbio mal, que é o núcleo do adjunto adverbial de modo.
Veja o exemplo abaixo:
Amanhã voltarei de bicicleta àquela velha praça.
Os termos em destaque estão indicando as seguintes circunstâncias:
amanhã indica tempo;
de bicicleta indica meio;
àquela velha praça indica lugar.
 
Sabendo que a classificação do adjunto adverbial se relaciona com a circunstância por ele expressa, os termos acima podem ser classificados, respectivamente em: adjunto adverbial de tempo, adjunto adverbial de meio eadjunto adverbial de lugar.
O adjunto adverbial pode ser expresso por:
1) Advérbio: O balão caiu longe.
2) Locução Adverbial: O balão caiu no mar.
3) Oração: Se o balão pegar fogo, avisem-me.

Observação:  nem sempre é possível apontar com precisão a circunstância expressa por um adjunto adverbial. Em alguns casos, as diferentes possibilidades de interpretação dão origem a orações sugestivas.
Por Exemplo:
Entreguei-me calorosamente àquela causa.
   É difícil precisar se calorosamente é um adjunto adverbial de modo ou de intensidade. Na verdade, parece ser uma fórmula de expressar ao mesmo tempo as duas circunstâncias. Por isso, é fundamental levar em conta o contexto em que surgem os adjuntos adverbiais.


Adjunto Adnominal
É o termo que determina, especifica ou explica um substantivo. O adjunto adnominal possui função adjetivana oração, a qual pode ser desempenhada por adjetivos, locuções adjetivas, artigos, pronomes adjetivos enumerais adjetivos. Veja o exemplo a seguir:
O poeta inovador
enviou
dois longos trabalhos
ao seu amigo de infância.
Sujeito
Núcleo do Predicado Verbal
Objeto Direto
Objeto Indireto
Na oração acima, os substantivos poeta, trabalhos e amigo são núcleos, respectivamente, do sujeito determinado simples, do objeto direto e do objeto indireto. Ao redor de cada um desses substantivos agrupam-se os adjuntos adnominais:
o artigo" o" e o adjetivo inovador referem-se a poeta;
o numeral dois e o adjetivo longos referem-se ao substantivo trabalhos;
o artigo" o" (em ao), o pronome adjetivo seu e a locução adjetiva de infância são adjuntos adnominais de amigo.

Observe como os adjuntos adnominais se prendem diretamente ao substantivo a que se referem, sem qualquer participação do verbo. Isso é facilmente notável quando substituímos um substantivo por um pronome: todos os adjuntos adnominais que estão ao redor do substantivo têm de acompanhá-lo nessa substituição.
Por Exemplo:
O notável poeta português deixou uma obra originalíssima.
Ao substituirmos poeta pelo pronome ele, obteremos:
Ele deixou uma obra originalíssima.
As palavras "o", notável e português tiveram de acompanhar o substantivo poeta, por se tratar de adjuntos adnominais. O mesmo aconteceria se substituíssemos o substantivo obra pelo pronome a. Veja:
O notável poeta português deixou-a.

Distinção entre Adjunto Adnominal e Complemento Nominal
É comum confundir o adjunto adnominal na forma de locução adjetiva com complemento nominal. Para evitar que isso ocorra, considere o seguinte:
a) Somente os substantivos podem ser acompanhados de adjuntos adnominais; já os complementos nominaispodem ligar-se a substantivos, adjetivos e advérbios. Assim, fica claro que o termo ligado por preposição a um adjetivo ou a um advérbio só pode ser complemento nominal. Quando não houver preposição ligando os termos, será um adjunto adnominal.
b)  O complemento nominal equivale a um complemento verbal, ou seja, só se relaciona a substantivos cujos significados transitam. Portanto, seu valor é passivo, é sobre ele que recai a ação. O adjunto adnominal tem sempre valor ativo. Observe os exemplos:
Exemplo 1 : Camila tem muito amor à mãe.
A expressão "à mãe" classifica-se como complemento nominal, pois mãe é paciente de amar, recebe a ação de amar.
Exemplo 2 : Vera é um amor de mãe.
A expressão "de mãe" classifica-se como adjunto adnominal, pois mãe é agente de amar, pratica a ação de amar.


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